sábado, 17 de março de 2012

Era um grupo com nome contraditório? Ou se tratava apenas de um armazém musical? Afinal, como alguma coisa poderia ser seca e ao mesmo tempo molhada? Mas, aquele & comercial no meio do nome dava a pista que precisávamos. Na veia dos Secos & Molhados corria sangue latino e dos bons.  Figurinos extravagantes e maquiagem a lá Kiss colocavam aquelas quatro cabeças numa bandeja no melhor “assim assado” da década de 70. O vocal, a dança esquisita e contorcionista, aliada a uma voz límpida a magistral cataputou  Ney Matogrosso e jogou para o alto a velha maneira de se apresentar num palco.
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Como era profunda a letra de Rosa de Hiroshima de Vinicius de Moraes. Afinal, como não pensar naquelas crianças mudas e telepáticas, nas meninas cegas e inexatas, nas mulheres com rotas alteradas, nas rosas cálidas de todos as feridas abertas pelos americanos no Japão? Os Secos & Molhados tinha cor e perfume e marcou para sempre nossa história musical.